Donis Dondis considera que um dos métodos de analisarmos a arte, que tem tendência a ser subjectiva, “é decompô-la nos seus elementos constitutivos” pois “para analista e compreender a estrutura total de uma linguagem visual, é conveniente concentrarmo-nos nos elementos visuais individuais, um por um, para um conhecimento mais aprofundado das suas qualidades específicas”. Este texto tem precisamente a função de analisar a pintura de Joan Miró à luz dos elementos básicos da Comunicação Visual (ponto, linha, forma, escala, ….).
Antes de mais devo referir que Joan Miró foi um pintor, escultor e artista gráfico surrealista. Nesta reflexão vou apenas referir-me à sua pintura.
Antes de mais devo referir que Joan Miró foi um pintor, escultor e artista gráfico surrealista. Nesta reflexão vou apenas referir-me à sua pintura.
Miró faz, na minha opinião, um uso excepcional do ponto, da linha, das formas básicas (quadrado, triângulo equilátero e círculo) conjugando-as com diversos tons, cores e escalas. Devo acrescentar que nas suas pinturas as cores predominantes são as cores primárias (azul, vermelho, amarelo), o verde, o preto e o branco; sendo que usava o preto para contornar a forma e realizar linhas e utilizando o branco como fundo dava às outras cores vivacidade e ênfase. Na verdade, penso que devido à existência destas cores em tons fortes os seus quadros acabam por chamar muito à atenção. Para mim, a arte deste artista consegue harmonizar de uma forma exemplar os elementos básicos da comunicação visual.
Apesar de serem vários os artistas surrealistas, este tem características próprias, tem um uso e uma conjugação bastante pessoal dos elementos básicos da comunicação visual. Tem a simplicidade de uma criança nos seus traços. Chega a apresentar pinturas que parecem mesmo rabiscadas e salpicadas à toa mas, que podem perfeitamente reflectir o estado de alam do artista naquele momento. As suas linhas formam planos achatados, sem profundidade. São assim, pelo seu conjunto de características, figuras simples. No entanto, revelam a complexidade da simplificação dos seres e objectos como os vemos na realidade. Penso que Miró conseguiu ver o Mundo da forma que apenas um surrealista sabe fazer, num campo de imaginação aliado aos elementos básicos.
As formas mais tradicionais nas suas obras são o círculo e o triângulo. Contudo, através da combinação destas duas e do triângulo equilátero dá origem a muitas outras formas. Através da escala das formas isoladas faz o nosso olhar se movimentar ao longo delas e nas formas unidas faz com que tenhamos a percepção do tamanho e altura do que ele quer representar.
Miró tem uma pintura constituída por uma linha vermelha e bolas pretas, de diversos tamanhos, acompanhadas com um fundo azul e com uma moldura branco que lhe confere outra dimensão. A linha, talvez por ser da cor vermelha, é o primeiro elemento que me chama à atenção. Devido á sua inclinação e formato faz-me lembrar uma caneta. Os pontos, apesar de não serem perfeitos, fazem o nosso olhar seguir uma espécie de linha por eles formada, ora mais fina, ora mais grossa. Estes dos elementos reunidos fazem-me pensar numa caneta que escreveu algo, contudo se assim for, a caneta deveria estar do lado oposto ao que está colocada. Surrealismo ? Com toda a certeza.
A linha, na globalidade dos seus quadros, tem várias interpretações. Assume, ousaria dizer, todas as formas possíveis e imaginárias.
Em tom de conclusão apenas queria referir que mesmo André Breton, o fundador do Surrealismo, descreveu Joan Miró como "o mais surrealista de todos nós".
Em tom de conclusão apenas queria referir que mesmo André Breton, o fundador do Surrealismo, descreveu Joan Miró como "o mais surrealista de todos nós".
Estimada Marisa,
ResponderEliminarTal como referi no email enviado precisarei de mais algum tempo para comentar este artigo. Não obstante, e numa primeira (breve) leitura, parece-me que vamos no bom caminho.
Bom trabalho,
Bruno Giesteira
Estimada Marisa,
ResponderEliminarTal como referi no anterior comentário, ainda que de forma implícita, o seu artigo está bem estruturado pois analisa (de forma pessoal e fundamentada nas matérias abordadas) diferentes composições, neste caso, de Miró.
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Lanço agora o desafio (numa versão 2.0 do mesmo) para um enriquecimento da análise com base em pesquisa independente.
Sugiro para o efeito o recurso à leitura da já nossa conhecida Donis Dondis; Rudolf Arnheim; Bruno Munari; et. al.
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Nota: E porque não aproveitar o weblog para editar a componente prática da disciplina?...
Continuação de um bom trabalho,
Bruno Giesteira